Introdução
De forma simples, Mamon pode ser definido como a personificação das riquezas. Quando os bens adquiridos por alguém tomam a forma de um ser que passa a governar a vida desse sujeito, tal personificação tornou-se dominante, e assim se construiu um deus. Quando lermos o texto de Mateus 6:24, precisamos ter cuidado para não falar o que Jesus não falou. O que Ele está dizendo, não é que o crente não possa possuir riquezas materiais; o que não pode é se tornar escravos delas. Os recursos adquiridos irão pedir total dedicação de quem os possui, sempre ameaçando ir embora se não forem tratados com todo o cuidado.
Isso é uma estrutura espiritual, que opera para conduzir o ser humano de forma que ele seja sempre enganado, crendo naquilo que não deveria crer, pois só assim, Satanás o manterá iludido, impedindo que o mesmo obedeça a Deus e a Sua Palavra.
Mamon deseja cult contínuo de seus adoradores. Por isso ouvimos muita gente dizer não ter tempo para a família nem para Deus ou Sua obra. Em Mateus 6:33, Jesus afirma que não é do dinheiro que o homem recebe acréscimo, e sim da priorização do Reino de Deus em sua vida.
Provavelmente Mamon era um deus adorado pelos sírios, que são descendentes dos babilônicos, que vem de Babel. Alguns o identificam como o senhor das riquezas e o deus dos avaros. Quando Jesus faz referência ao dinheiro ou as riquezas, ele traz a figura desse ser chamado Mamon, que era a divindade cultuada por aqueles que apenas desejavam e pelos que já tinham as riquezas.
A estatueta de Mamon não é encontrada dentro da casa de uma pessoa, mas em um canto pior, que é dentro dela mesma, e percebemos esta presença através dos valores que ela defende. Quando se corre em busca do mais, e quando não existe senso de satisfação, tal pessoa tornou-se escrava de Mamon.
O que ele quer?
1. O lugar de Deus
O dinheiro é muito mais que uma cédula na certeira de alguém. É um ser espiritual que ocupa a mente e coração de muitos. Perceba quantas vezes no dia, uma pessoa que esteja em plena atividade - no comércio principalmente - , estando com uma certeira no bolso, confere se ela ainda está no mesmo lugar! Há uma enorme dependência, por se ter uma relação profunda com esse ser. É bem difícil entender! É possível que alguém cuide mais do dinheiro do que da família, da vida espiritual ou da própria saúde, por exemplo!
Dia e noite, os pensamentos e as emoções de um avarento são totalmente voltados a essa entidade. Ela tem o poder de subjugar e humilhar seres humanos a ponto de os levar a um estado de escravidão. A força dessa divindade só é detida com a chegada do Reino de Deus na vida do homem. O Reino fará contenção e impedirá que haja agora domínio de tal força espiritual que escraviza.
Assim, o homem começará a dar valor ao que realmente merece ser valorizado. A fala de Jesus sempre foi direcionada aos avarentos, para lhes quebrar o paradigma de que a segurança de suas vidas estava naquilo que possuíam. Jesus diz que a verdadeira segurança do homem está em ter o Reino de Deus em primeiro lugar em sua vida.
2. Gerar no homem um senso profundo de necessidades
O governo de tal divindade na vida humana, traz um sentimento de que a pessoa sempre precisará de um pouco ou de muito mais. Tudo o que ela possui, vê como "pouco" para suprir suas necessidades. Uma das ações dessa divindade é gerar no ser humano um senso de falta, ou seja: "Vive certo de que lhe falta algo, sempre".
Perceba a sensação ao entrar num shopping! Há em muitas pessoas o brotar de um desejo de comprar tudo o que há nas lojas. Aquele é um ambiente onde o espírito consumista habita, e quem entra lá precisa se policiar contra ele. Há outras que compram e quando chegam em casa dizem: "Para que eu comprei isso?" Na verdade a compra não foi feita para atender a necessidade da pessoa, mas a do espírito consumista que está ali para escravizar a pessoa através de dívidas.
Nesse contexto, a pessoa vai tornando-se vulnerável a diversas situações para obtenção de riquezas. Tanto um político que rouba os cofres públicos, quanto um ladrão que rouba dez reais de alguém, o faz buscando enriquecimento. Essa força é maior do que o senso e a razão do ser humano. Tal divindade só é vencida quando o homem vive a experiência do novo nascimento, e começa a se apropriar daquilo que Deus em sua Palavra afirma ser verdade!
A fala das Escrituras sempre se dá no sentido de valorizar o "se doar muito mais do que receber". Está escrito que é melhor dar do que receber. Isso quebra o conceito humano de que quanto mais, melhor!
3. Dar ao homem um senso de poder
Geralmente os avarentos são conhecidos por tal sentimento de que eles podem qualquer coisa que quiserem, por causa de suas posses. O dinheiro para eles, já foi elevado à categoria de seu único deus. Vivem seguros e confiantes de que, quanto mais tiverem riquezas, mais poderosos serão, para responderem a qualquer tempestade da vida. Uma das manifestações da avareza na vida de alguém é a hipervalorização daquilo que ele possui! Por exemplo: um pai que não foi nem é exemplo para o filho, quando vê o mesmo enveredando por um mau caminho, dá a ele um cerro do ano, e a oportunidade de estudar no melhor colégio da cidade. Por que ele faz isso? Claro que o mesmo vai buscar em seu deus a solução de um problema na forma de presente ou dádivas. Esse deus funciona para ele como uma espécie de redentor. Acredita que sua família será redimida a partir daquilo que ele chama de riquezas.
No mundo de Mamon, filhos precisam de patrocínios e patrocinadores; no Reino de Deus, filhos precisam de pais e mães! Quem nunca ouviu alguém dizer: "Tenho que dar a meus filhos tudo o que não tive a minha infância, adolescência e juventude?" Isso é o pensamento do reino de Mamon, e aquele que enveredar por tal caminho, sairá bem prejudicado.
É a cega proposta de discipular os filhos, gerando neles a confiança numa divindade chamada dinheiro. Certamente eles se tornarão pessoas materialistas, mesquinhas e avarentas.
4. Gerar um profundo desejo de consumir
O consumismo tem sido um dos grandes males que assolam a humanidade. O sentimento de insatisfação tem levado muitos a viver uma vida amarga, por não conseguirem ter o que desejam; e muitos que possuem, não ficam satisfeitos com aquilo que adquiriram, e partem para comprar mais. "O mercado tem que viver sempre aquecido" - é o que diz a voz do consumo. Assim, as pessoas são convocadas a comprar mais, mesmo que não tenham condições de pagar!
O consumismo rouba a consciência do consumidor na hora da compra, pois a única coisa que ele que naquele momento é satisfazer um desejo, e não suprir uma necessidade. O deus Mamon age na psique humana, de forma que a pessoa perde o equilíbrio e entra em um labirinto quase sem retorno. Nesse cenário, tudo que essa divindade quer é que os homens não tenham tempo nenhum para buscar a face do Senhor, e nem desenvolvam um padrão de vida simples. São ensinados a se relacionarem com as marcas; o que importa é a marca que alguém esteja usando, pois se não tem marca, não tem valor. As pessoas vão se tornando manequins de marcas, ou seja, são o que usam!
Tudo o que a humanidade sem Deus pensa e fala é que o próprio homem pode autorregenerar-se, isto é, há um pensamento gerado por tal divindade de que as aquisições materiais poderão abrir qualquer porta que alguém desejar.
Partir para o princípio de viver e ostentar causa na pessoa muitos ferimentos, doenças e males quase que irreparáveis. Claro que quem vive assim perde o senso de gratidão, porque vive sempre farejando onde porventura esteja a mina de riquezas que irá trazer realizações plenas para sua vida!
Conclusão
Naturalmente, o sistema de consumo olha para Jesus com bastante desprezo, pelo fato de o mesmo não pregar nem valorizar o aquecimento da ostentação. Como alguém que se diz Filho de Deus, levanta-se e diz: "O Filho do homem não tem...". Jesus nunca se equiparou aos filhos desse século. Ele sempre se anunciou Filho de Deus!
Um dos maiores desafios, hoje, direcionado a nós, é identificar qual deus está governando nossa vida. Possivelmente nossa mente esteja ocupada e preocupada em ter mais dessa divindade maligna. Você pode ter recebido hoje a mensagem de que a vida só terá sentido se você estiver prostrado em seu altar...
Examinar seriamente quem está assentado no centro do nosso coração é uma atitude cristã e honesta. Hoje podemos romper com Mamon, pondo o Reino de Deus em primeiro plano.
Tudo o que essa estrutura caída almeja é que vivamos uma vida adesivada por fantasias e plásticas que irão nos deformar. Isso é uma das maiores propostas dessa Era: O viver de aparência. Quem conseguir posicionar-se contra, diante de tão grande apelo, já pode dizer que deu um grande passo.
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